quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Os 8 Escolhidos - Capítulo 1

Capítulo 1 - Gal

- Travem o portão! Não importa o que aconteça, Soldados de Khalador, estes muros devem permanecer impenetráveis! - Gritou o comandante por cima do grito dos outros, e como num coro, veio a resposta dos bravos guerreiros, fincando seus pés enquanto jogavam todo o peso para cima do grandioso portão de madeira, enfrentando bravamente os bruscos empurrões que vinham do lado de fora. Acima do portão, na grade muralha, centenas de arqueiros disparavam suas setas sem hesitar nem um segundo enquanto nuvens de vultos negros se formavam e se movimentavam o céu. Aquilo era uma batalha que poderia decidir o futuro de todos eles.

- Deixem-me passar! Deixem-me passar! - Um grande guerreiro abriu caminho entre os soldados. Ele portava uma gigantesca marreta de combate e parecia ter mais de dois metros de altura. - Preciso falar com Lorde Khalador imediatamente! - E assim enfrentou uma última corrente de guerreiros que estavam apenas cumprindo seu trabalho. Ele retirou seu capacete enquanto subia uma pequena rampa que ficava ao lado do portão. Lá no topo da rampa, havia um combatente vestindo uma armadura escarlate. A armadura reluzia grandiosidade para todos que a olhassem.

- Lorde Khalador! - O velho e grande guerreiro ajoelhou-se aos pés dele. - Não ouviu a trombeta, Lorde Khalador!? O portão do Leste foi invadido, em breve eles estarão aqui! Você precisa fugir, meu Lorde!
Seguido da fala do velho general, veio um longo silêncio que ignorava até mesmo os rugidos de guerra que ecoavam a todo instante. A resposta do cavaleiro Escarlate veio apenas segundos depois. 

- Não vou sair daqui. - Disse o Lorde.
- Mas senhor, precisamos salvar sua vida! Custe o que custar!
- E quanto a minha honra!? Pisar por cima dos corpos de meus guerreiros para salvar minha própria vida fugindo covardemente!? Não! Ficarei para lutar até o fim junto de meu exército! - Esbravejou o jovem guerreiro para seu general. O velho levantou-se e tocou o ombro de seu Lorde com uma feição seríssima.
- Sabe muito bem que é mais do que sua vida que se encontra em jogo, Meu Lorde! Caso sua vida espairecer, toda nossa esperança será em vão! Não se trata de covardia, se trata de dever!
- ... - Não houve resposta imediata de Lorde Khalador, ele permanecia pensativo.
- Meu Lorde! Por favor, não podemos perder mais tempo e...
- Tudo bem! Compreendi! Vamos indo! - Rompeu ele de seus pensamentos. O general que muitas guerras havia enfrentado sorriu, o único sorriso no meio de toda aquela batalha. Realmente, Khalador não era um Lorde qualquer. Fora o mais nobre que conheceu.

Lorde Khalador passou pelo General descendo a rampa e indo em direção ao castelo. O seu velho e experiente general foi logo atrás, agora uma tropa de dez guerreiros estavam seguindo eles. Mas de nada adiantou. Num piscar de olhos um vulto negro se colocou entre eles e Khalador. 




- Não! - Gritou Gal se levantando da cama de uma única vez. Respiração desequilibrada e olhos arregalados. Não demorou mais que alguns segundos até seu pai romper pela porta para correr na direção dele.
- Gal! O que foi? Tudo bem!? - Soltou as palavras automáticas enquanto via por si próprio o estado de seu filho.
- Não... Tudo bem, pai. - Já recuperado do susto, disse ele entre pesadas arfadas de cansaço, estava encharcado de suor. - É só... Mais um pesadelo.
- Outro, Gal? Já foi o quinto deste mês... - Disse ele logo que ouviu as palavras do filho. - Está tudo bem mesmo com você, Gal? Na escola? E tudo mais? Isso deve ser reflexo de algum problema seu ou...
- Não, pai. Está tudo bem...
- Tem certeza? Pode contar para mim, Gal. Afinal somos só nós dois.
- Sim, está tudo certo. É só... Estranho. Esses sonhos.
- Guerras de cavaleiros novamente?
- Sim.

O pai suspirou com a resposta do filho. 
- Gal, tem certeza que não quer ir no psicólogo? Podemos ver a causa de tudo isso.
- Não. Não é nada demais, Pai. Não precisa se preocupar com isso. - E acabou se lembrando que era a primeira vez que via o pai naquele dia. Afinal, desde que só eram os dois, o Pai tinha trabalhado mais do que duro para sustentá-los. Eles acabavam que só podiam conversar em ocasiões como aquelas. Ao acaso. - Alias, como foi seu dia?
- Bom, nada de mais. Os relatórios extras estão me rendendo uma boa grana. Por isso, acho que vamos poder viajar no final desse ano. - E sentou-se ao lado do filho. - Só nós dois, né?
- É, pai. - Disse, sorrindo para ele.

E depois daquele incidente, eles conversaram por mais meia hora, até finalmente o pai notar o quão tarde já era. Gal dormiu feliz, não era sempre que falava tanto com Jeorge, seu pai. Acabou ignorando completamente o vulto negro que havia se movido bem em frente a janela de seu quarto. 

Bom, este é o primeiro capítulo de uma grande história que pretendo terminar. Espero que a história interesse vocês. É do gênero ficção/aventura. 

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